A produção de alimentos é uma vocação presente em quase todas as regiões brasileiras, seja com a atuação dos chamados grandes produtores ou com o abastecimento de mercados locais, a partir da agricultura familiar. Em 2019, o agronegócio tem sido o responsável por melhorar a economia brasileira, se consolidando como um dos setores que mais gerou empregos no país.
Em julho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o Brasil gerou 48.436 empregos formais e quase 50% desse total, veio do setor agropecuário que contribuiu com 22.702 vagas.
Nesta terça-feira (5), representantes do Governo Federal, de instituições ligadas ao tema além de gestores estaduais e municipais de todo o país, estiveram presentes na abertura do Congresso Brasileiro de Gestores da Agropecuária. O evento segue até o dia 7 deste mês, em Brasília.
Em seu pronunciamento na abertura, Alceu Moreira, que é deputado federal pelo MDB do Rio Grande do Sul e presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, ressaltou a necessidade do Brasil investir em pesquisas no setor que, segundo ele, tem potencial para gerar mais riqueza que todo petróleo existente no litoral brasileiro.
“Só o controle genético e biológico que está disponível nos bancos da Embrapa, se for trabalhado adequadamente pela academia e estiver ao alcance do agricultor, se nós conseguimos colocar essas ferramentas à disposição deles, o Brasil explode não apenas em agricultura para exportação mas, com a condição de gerar renda para qualquer cidadão em qualquer canto desse país”, afirmou o parlamentar.
A iniciativa de realizar o Congresso partiu de uma ideia apresentada por Alceu Moreira à ministra da Agricultura Tereza Cristina e outras autoridades responsáveis pelo setor. Falando ainda da necessidade dos investimentos na pesquisa, o deputado federal pediu que um evento nos mesmos moldes do Congresso de gestores pudesse ser realizado também com as instituições que fomentam o desenvolvimento científico e tecnológico do agro.
“Eu sinto falta da pesquisa, porque a pesquisa é certamente o celeiro da economia do futuro. O Brasil não se definirá daqui pra frente com o fazer igual ao de hoje. A tecnologia muda o nosso fazer do dia-a-dia, nossas responsabilidades serão outras e seremos tão competitivos quanto mais nos aprofundarmos na pesquisa, ciência, tecnologia e inovação”, defendeu.
Preocupado com as atuais cobranças que tratam da necessidade de preservar o meio ambiente, Alceu destacou que todo agricultor tem que ser um ambientalista porque é da terra saudável que ele tira o seu próprio sustento. Considerando isso, ele defende uma legislação ambiental que respeite o meio ambiente, mas permita que os investimentos aconteçam.
O deputado também pediu atenção especial a propostas que favoreçam a conectividade no campo. “Por antena, por satélite ou por fibra óptica, se faz chegar toda assistência técnica de extensão rural pela telinha do telefone. Então o sistema de conectividade nacional precisa encontrar meios de financiamento para que todas as pessoas tenham acesso”, sugeriu Moreira.
