O MDB foi um dos primeiros partidos do Brasil a se manifestar sobre o desastre ambiental que atinge o literal brasileiro. O tema entrou em pauta politicamente a partir de uma nota emitida pelo Núcleo MDB Socioambiental. Nesta terça-feira (22), o presidente Nacional do partido, Baleia Rossi, usou suas redes sociais para convocar a população à acompanhar a Audiência Pública promovida pela Comissão de Minas e Energia.
No texto, Baleia falou sobre os prejuízos ambientais gerados pela catástrofe e cobrou uma ação mais efetiva do governo federal. “Esperamos que o governo federal encontre os responsáveis. A tragédia ambiental já afeta cerca de 74 municípios nordestinos próximos às praias onde vivem os pescadores e pessoas que dependem do turismo local. Além disso, institutos de proteção de animais contabilizam a morte de um golfinho, 23 tartarugas e diversas aves”, afirmou.
A audiência contou com a participação de representantes do Ministério do Meio Ambiente, da Marinha do Brasil, da Agência Nacional do Petróleo, Petrobras, do Instituto Greenpeace e do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (IBAMA), Eduardo Fortunato Bim.
Os órgãos governamentais apresentaram as ações que estão sendo realizadas para conter os impactos do desastre ambiental. Segundo o Instituto, foram recolhidos mais 900 toneladas de óleo até o momento, porém, o órgão não sabe quanto do material falta chegará às praias brasileiras.
O Ibama está trabalhando desde o dia 2 de setembro na investigação e no recolhimento da mancha de óleo que atinge as praias nordestinas. “A mancha navega de maneira errática, indo e voltando e não é possível saber se o processo está no fim ou não. Identificar a origem dessa fonte de óleo é fundamental para o trabalho de emergência, porque a gente não sabe se está numa ascendente ou numa descendente no aparecimento do óleo”, informou.
O presidente do MDB Socioambiental, Breno Carone, ponderou que além da perda ambiental, o desastre tem impacto também na economia, pois atinge diretamente o turismo e cadeias produtivas locais como os pescadores. “Há uma falta de habilidade do governo para dar uma resposta rápida ao desastre ambiente que evitaria o óleo ter chegado na nossa costa e na nossa fauna marinha. O que vimos desde o início foi a sociedade civil se mobilizando para redução de danos, um papel que tem que ser do governo”, disse.
O senador Márcio Bittar (MDB- AC) usou a tribuna do Senado para criticar a falta de apoio internacional para ajudar o Brasil a solucionar o problema. Segundo ele, trata-se de uma catástrofe ambiental semelhante às queimadas na Amazônia, tema que gerou comoção em vários países.
“Por que é que as energias do mundo inteiro, WWF, Greenpeace se calaram? Cadê aquele movimento internacional? Cadê os artistas, cantores e as pessoas das novelas? Cadê aquela comoção com o dano ambiental claro que está nas praias do Brasil? Esse silêncio dos que se dizem tão preocupados com o meio ambiente é hipócrita. Vão deixar o Brasil sozinho com um problema que não foi o Brasil quem provocou?”, questionou o senador.
Em Alagoas, um dos Estados atingidos pelo desastre, o governador Renan Filho que é do MDB pediu que o governo federal utilize todos os meios para identificar as causas e os responsáveis pelo derramamento. No Estado, pelo menos 178 localidades em 72 municípios foram atingidos pelas manchas de óleo cru.
“Defendi junto ao governo federal a utilização de todas as suas ferramentas: as Forças Armadas, a ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), a Polícia Federal, as universidades e o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para identificar o que está causando isso. Aquele que deu causa a esse vazamento tem de ser identificado e radicalmente punido. Esse é um trabalho do governo federal. Nós aqui vamos fazer a nossa parte que é limpar as praias e minimizar os impactos” declarou Renan Filho.
