Juventude Contra FakeNews: É falso que novo coronavírus morre ao ser exposto ao ar quente de secadores de cabelo ou de saunas

Fonte: G1

Um vídeo compartilhado nas redes sociais afirma que a inspiração de ar quente, seja numa sauna seja com o uso de secador de cabelo, voltado às cavidades nasais mata o novo coronavírus e previne a Covid-19. É #FAKE.

Com duração de seis minutos, o vídeo, que se espalhou pelo mundo e já aparece com a indicação de “informação falsa” no Facebook — por ter sido checado por verificadores —, foi gravado por um homem que diz se chamar Dan Lee Dimke. Ele afirma que o novo coronavírus é vulnerável a altas temperaturas e que, se for exposto a 56ºC, morre em poucos minutos, porque sua membrana protetora entra em colapso.

“O vírus só se reproduz nas partes mais frias do nosso corpo, como o tecido epitelial das cavidades nasais (…) A técnica (de expor o vírus ao calor) está sendo tentada em medicações e vacinas. O vírus morre, a infecção e os sintomas param, e a pandemia acaba”, diz o homem, no vídeo. O narrador afirma que numa sauna, bastam 20 minutos para matar 90% de qualquer coronavírus no corpo humano, e mais duas ou três idas para os demais 10% desaparecerem. Informa ainda que se pode usar também secador de cabelo para tal.

Uma vez no corpo humano, não existe inspiração de ar quente que mate o vírus, segundo especialistas ouvidos pela CBN. Ou seja, de nada adianta a pessoa inalar ar a qualquer temperatura assinalada na mensagem falsa.

O infectologista Renato Kfouri, presidente do Departamento Científico de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria, explica que a dinâmica do vírus no organismo não pode ser alterada da forma como narrada no vídeo.

“Se ele já nos infectou, está dentro das nossas células, é um parasita celular. Aí a gente pode tomar banho quente, beber bebida quente, respirar ar quente, que nada disso terá qualquer efeito. O vírus invade as células, se liga a receptores das nossas vias aéreas, incorpora o material genético das células e comanda a replicação dessas células. Começa a doença, gerando dano celular nas vias aéreas, formação de secreção, resposta inflamatória, febre”, explica o médico.

Ele sublinha que a técnica mostrada no vídeo tampouco tem qualquer ação preventiva para a Covid-19. “O calor local não esteriliza nada”, justifica Kfouri.

O vídeo diz que, se essa técnica fosse disseminada, ia ser possível frear a pandemia de Covid-19, assim como a propagação de outros vírus respiratórios. A mensagem sugere a distribuição de secadores de cabelo e garrafas com spray para populações que estão em quarentena ou que vivam em áreas onde existem moradores infectados pelo novo coronavírus.

A tese é rechaçada pelo pneumologista Rodolfo Fred Behrsin, professor do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle: “O coronavírus é extremamente frágil quando está fora das células do corpo humano, qualquer tipo de material de limpeza pode matá-lo. O problema é quando entra no corpo. Ele se torna bastante resistente, tanto que não há remédio específico para combatê-lo”.

O médico alerta para os riscos implicados na técnica do vídeo: “Não se deve colocar uma pessoa infectada num ambiente com temperaturas elevadas. Nem faz sentido. Primeiro, porque o corpo humano tem uma temperatura constante em torno de 37ºC. Um aumento grande de temperatura, numa situação de febre, não consegue destruir o vírus. A permanência prolongada num ambiente de 56ºC, além de não matar o vírus, pode lesar células das nossas vias respiratórias, e piorar a situação. Isso não é um remédio, e não recomendo que façam isso pensando em destruir o coronavírus”, diz o médico.

O infectologista Paulo Santos reitera que o vírus não morre no organismo por efeito do calor, seja qual for a temperatura a que a pessoa se submeter. “Ao infectar um indivíduo, o vírus se distribui em vários tecidos do corpo, circulando, inclusive, na corrente sanguínea. Portanto, a afirmação de que ar quente pode matar o vírus é completamente errada. É fake”, diz. “Ao tentar respirar ar quente, o indivíduo corre o risco de desenvolver queimaduras na mucosa das vias aéreas superiores. A sauna, se mal praticada, também traz riscos à saúde”, diz Santos, consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia.

Ele comenta ainda uma afirmação no vídeo que diz que o ar quente em regiões desérticas impede a propagação do vírus. “Existem dúvidas se o clima quente de fato atrapalha a disseminação do vírus. Acredito que regiões desérticas tenham populações menores e mais distanciadas, o que também desfavorece a transmissão. Sabemos que nas estações mais frias do ano, aumenta a disseminação de infecções respiratórias, não devido ao ar mais gelado, e sim em função da maior proximidade social das pessoas nessas épocas.”

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o vírus pode, sim, ser transmitido em áreas mais quentes. “Segundo as evidências obtidas até agora, o vírus responsável pela Covid-19 pode ser transmitido em todas as áreas, incluindo áreas com clima quente e úmido”, diz a entidade.

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