MDB dá guinada no Congresso para estar ‘atento às ruas’ – Valor Econômico

Leia íntegra abaixo: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2020/03/09/mdb-da-guinada-no-congresso-para-estar-atento-as-ruas.ghtml

Por Andrea Jubé — De Brasília

Retórica do MDB alinha-se ao discurso de Rodrigo Maia, que também tem cobrado a retomada dos investimentos públicos ao repercutir o resultado do PIB de 2019

O MDB deu uma guinada na última semana no processo de reformulação da imagem partidária ao votar em bloco pela manutenção dos vetos ao Orçamento impositivo e ver endossadas as críticas de lideranças emedebistas à política econômica com a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2019.

No mesmo período, a filiação do apresentador José Luiz Datena deu fôlego ao diretório paulista às vésperas da sucessão na capital, e garantiu um selo ético ao partido que na última eleição, exibia uma Executiva nacional implicada na Lava-Jato, o que levou eleitores a expurgarem caciques emedebistas das urnas em 2018.

“O partido deu uma demonstração de que está atento às ruas”, afirma o líder da bancada no Senado, Eduardo Braga (AM). O senador considera a posição do MDB responsável em parte pela vitória expressiva do governo, já que os 14 senadores – que formam a maior bancada da Casa – votaram unidos a favor do veto.

O MDB do Senado se posicionou ao lado do governo antes dos deputados, que aguardavam uma posição do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), sobre o acordo em construção com o Planalto. Nos bastidores, havia um clima de desconfiança entre as duas Casas porque os vultosos recursos reservados ao relator não teriam sido discutidos com os senadores.

A divergência com os deputados contribuiu para que os senadores emedebistas se alinhassem primeiro ao governo. Mas a imagem que o MDB transmitiu para a sociedade foi de responsabilidade de Estado, a dez dias dos protestos convocados contra o Congresso.

Na seara econômica, a divulgação do PIB de 1,1% em 2019 contribuiu para endossar a retórica dos principais líderes emedebistas de crítica ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao congelamento dos investimentos públicos.

Ao assumir a presidência da sigla em 2019, o presidente e líder da bancada, deputado Baleia Rossi (SP), sustentou que a “renovação democrática” implica a geração de renda e de empregos. Para isso, cobrou investimentos públicos e a aprovação da reforma tributária – um dos modelos em discussão no Congresso tem a paternidade do MDB, a partir da proposta do economista Bernard Appy.

No Senado, Eduardo Braga tem atuado para reduzir os juros do cheque especial e do cartão de crédito e para aprovar seu projeto de implantação da política de valorização do salário mínimo. “Nossa indústria não é competitiva, se o governo quer sustentar o crescimento com abertura das fronteiras precisa ter consumo interno, e isso não está tendo”, diz Braga.

O senador acrescenta que o governo tem de enviar a sua proposta de reforma tributária, porque sem ela, o texto em andamento na Comissão Mista “não andará com a velocidade que todos esperam”.

A retórica do MDB alinha-se ao discurso de Rodrigo Maia, que também cobrou a retomada dos investimentos públicos ao repercutir o resultado do PIB de 2019. “Os números mostram uma queda do volume de investimento público, uma queda de serviços na área pública, o que prova que a aplicação do Orçamento, os investimentos públicos, são muito importantes também para ajudar o crescimento econômico”, ponderou o presidente da Câmara.

Com uma postura nem governista nem de oposição, o MDB busca o ponto de equilíbrio na atuação parlamentar e afinar o discurso de retomada econômica para se reconectar com o eleitor. Se de um lado os líderes criticam a política do ministro da Economia, Paulo Guedes, de outro o MDB tem interlocução direta com o Planalto, por meio dos líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e do governo no Congresso, Eduardo Gomes (MDB-TO).

Na última semana, ganhou corpo o movimento para emplacar o ex-ministro da Cidadania Osmar Terra, do MDB do Rio Grande do Sul, na liderança do governo na Câmara.

Isso daria ao MDB o monopólio dos cargos de interlocução do Congresso com o Planalto, num momento em que pela primeira vez em 15 anos o partido não controla um ministério. Mas Bolsonaro vetou a substituição do líder atual e seu amigo, o deputado Major Vitor Hugo (PSL-GO).

 

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