Passaram-se seis décadas desde que o Ato Institucional número 2 extinguiu os partidos políticos, o que obrigou as oposições *ao regime* militar se reunirem em torno do Movimento Democrático Brasileiro (MDB). O partido nasceu desacreditado até por parte de seus membros que, em 1970, quase pensaram em extingui-lo. Sessenta anos depois, o MDB segue de pé e, hoje, apresenta um novo documento-programático com vistas *no projeto de país que sonhamos*: o Caminhos pelo Brasil.
O MDB nasceu como frente, e este DNA se mantém vivo nos dias atuais. Por isso o partido nunca atuou pelos polos, o que às vezes é incompreendido e até criticado. Entretanto, é preciso reconhecer que o MDB sempre ajudou a construir consensos, especialmente em momentos de decisões cruciais do País. Foi assim no processo de redemocratização no início dos anos 1980 e na elaboração da Constituição Cidadã, promulgada em 1988. Não obstante, ainda que com divisões, setores expressivos do partido também ajudaram em projetos como o Plano Real e o Bolsa Família.
Há exatamente uma década, o partido viu-se empurrado a defender uma proposta de retomada da credibilidade da economia num momento de enorme crise. Assim nasceu o Ponte para Futuro, projeto que contou com amplo apoio congressual e dos agentes econômicos, mas que também enfrentou a ruidosa oposição de determinados setores. O partido não se abateu, e os resultados mais importantes foram obtidos ainda em 2018: queda da inflação e a retomada do crescimento do PIB. Nos últimos meses, vemos se repetir a queda do desemprego, fruto da reforma trabalhista de 2016.
Nos dois últimos ciclos eleitorais, o Brasil não teve a chance de discutir projetos de país com propostas claras para os problemas dos brasileiros. Pelo contrário. O debate se restringiu a uma guerra ideológica, que fraturou famílias e fragilizou as instituições e os poderes da República. Nos últimos anos, o MDB não deixou de ter posicionamentos firmes na sua intransigente defesa da democracia, mesmo que isso não tenha repercutido diretamente na obtenção de ganhos eleitorais. Ainda assim, nas últimas eleições, reforçou seus posicionamentos em favor do equilíbrio.
Nosso caminho é do centro. Do verdadeiro centro. Aquele que dialoga da centro-esquerda à centro direita. Ora cobrando responsabilidade fiscal, ora estimulando mais ousadia nos investimentos. *Centro não é ponto de partida, é ponto de chegada. Somos liberais na economia com profunda responsabilidade social.* Acreditamos que, a um ano das eleições gerais, é preciso apresentar um projeto de País com eixos claros: consolidação da democracia, retomada do desenvolvimento e redução das desigualdades – *que se combate promovendo igualdade de oportunidades a todas as pessoas.*
É preciso valorizar o que já foi feito e, ao mesmo tempo, fazer reformas urgentes. Para o Estado de bem-estar social existir é preciso soluções para bancá-lo. É isso que defendemos no Caminhos para o Brasil.



