Artigo publicado em CNN, escrito por Renan Filho*
A melhora recente na avaliação do governo não é fruto do acaso, do marketing nem da desastrosa atuação de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos. É consequência direta de fatos econômicos, decisões políticas acertadas e da recuperação da confiança no rumo do país.
Essas decisões fortalecem a confiança da sociedade e dos mercados, consolidando a percepção de que o Brasil voltou a ter rumo, diálogo e liderança política responsável.
Os avanços diplomáticos, especialmente na relação com os Estados Unidos, e a percepção disseminada de que a economia voltou a funcionar completam esse quadro de confiança. O país respira com mais otimismo porque há fundamentos sólidos por trás dessa virada.
A economia brasileira cresce de forma consistente, gera empregos em ritmo recorde e alcança a maior renda média das famílias de toda a série histórica. O comércio internacional segue robusto, mesmo em meio ao tarifaço global, demonstrando resiliência produtiva e competitividade externa. Mas o dado mais relevante é o novo padrão de crescimento: o Brasil cresce com inflação em queda, convergindo para a meta.
Para ilustrar, em 2023 o PIB cresceu 2,9%; em 2024, avançou 3,4%; e o Banco Central projeta 2,1% para 2025. Isso representa um crescimento acumulado de 8,7% em apenas três anos — um desempenho expressivo em meio a um cenário global de instabilidade e protecionismo.
Essa combinação é o divisor de águas.
Por anos, o PIB caiu, como na pandemia, cresceu pouco ou avançou acompanhado de inflação alta, corroendo o poder de compra, reduzindo o entusiasmo e tornando o progresso apenas estatístico.
Agora, o crescimento vem acompanhado da queda da inflação, que converge para a meta, com decisões transparentes e autônomas do Banco Central, previsibilidade e ganhos reais para as famílias.
O que antes era número, agora é sensação concreta de estabilidade e prosperidade.
Com juros ainda elevados, mas já com espaço para iniciar uma trajetória de queda ainda este ano, dólar em tendência de desvalorização e o tarifaço reforçando a oferta interna, desenha-se um quadro econômico singular: de crescimento sustentado, sem pressões inflacionárias fora de controle e com fundamentos sólidos que inspiram confiança.
É o ambiente ideal para o fortalecimento da confiança, do investimento e da popularidade de qualquer governo e é exatamente onde o Brasil se encontra hoje.
A inflação em queda, combinada com a taxa de desemprego em mínima histórica, desenha um cenário raro, virtuoso e tão importante que é utilizado por muitos especialistas em economia e qualidade de vida como indicador de bem-estar social.
O gráfico do Banco Central do Brasil, apresentado a seguir, comprova essa virada. Ele mostra que o chamado índice de bem-estar, que resulta da soma entre a taxa de desemprego ajustada sazonalmente e a inflação acumulada em 12 meses (IPCA), atingiu, em 2025, o menor nível de toda a série histórica.
Quanto menor esse índice, maior o bem-estar da população.
Ou seja, o Brasil vive hoje o ponto mais alto de equilíbrio entre estabilidade de preços e pleno emprego em mais de duas décadas.
Esse dado sintetiza o que a população já sente no cotidiano: há mais renda, mais emprego e mais confiança. O país voltou a funcionar.
Essa combinação revela uma economia estável, previsível e inclusiva, com preços controlados, mais pessoas empregadas e com renda, e maior poder de compra das famílias.
O resultado é um ciclo virtuoso de prosperidade, no qual bem-estar social, confiança do investidor e crescimento sustentável caminham juntos.
Trata-se de um sinal inequívoco de uma política econômica calibrada, que alia responsabilidade fiscal, estabilidade monetária e inclusão produtiva.
É preciso reconhecer, com equilíbrio e senso de responsabilidade, que as condições fiscais exigem atenção permanente. O Brasil precisa manter o foco no equilíbrio das contas públicas e avançar no esforço de redução da relação dívida/PIB, para que o atual ciclo de crescimento se sustente no longo prazo.
Essa é uma agenda que exige diálogo, planejamento e disciplina, a mesma que garante a confiabilidade dos mercados, a estabilidade das políticas e a segurança do nosso futuro econômico.