A Virada Cultura de São Paulo de 2025 foi marcada pela diversidade e pela segurança nas apresentações, eventos e festas que tomaram toda a cidade no último sábado (24) e domingo (25). O evento foi elogiado até por setores da oposição à gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), reeleito em 2024 com 59% dos votos.
Neste ano, a organização da Virada coube ao emedebista Totó Parente, que se tornou secretário de Cultura no início deste ano por indicação do prefeito Ricardo Nunes. Em 2025, a Virada Cultura paulistana comemora 20 anos de criação. Por causa disso, o objetivo da prefeitura era realizar a “maior Virada da história de São Paulo”.
A Virada contou com mais de mil atrações, desde música erudita, com apresentações da Orquestra Sinfônica Brasileira e do maestro José Carlos Martins no mosteiro de São Bento, a novos artistas como a cantora Liniker, que levou mais de 120 mil pessoas para cantar em coro no Vale do Anhangabaú.
Outro ponto positivo da Virada foi a segurança do evento. A reportagem do Estadão afirmou que “segundo balanço do governo municipal, a GCM (Guarda Civil Metropolitana) atendeu somente duas ocorrências entre o começo da tarde de sábado e a manhã de domingo — uma por roubo de celular e outra por mal súbito. Já a Polícia Militar fez três prisões de procurados pela Justiça, uma detenção por tráfico de entorpecentes e uma por pichação no centro, além de registrar três ocorrências de furto de celular relacionadas ao evento“.
Nas redes sociais, a Virada foi muito elogiada por cidadãos comuns e até por opositores, como o vereador de oposição à gestão do prefeito Ricardo Nunes, Nabil Bonduki (PT) fez um post com elogios ao evento.
Reportagem do site da Prefeitura de São Paulo mostra que muitos artistas elogiaram a Virada Cultural de 2025:
A cantora Luísa Sonza, que se apresentou no sábado na Brasilândia, Zona Norte, e neste domingo, em Campo Limpo, Zona Sul, celebrou sua participação em dois palcos distintos. “Amanhã é o último. Um beijo para todo mundo. Fico muito feliz de estar aqui, obrigado Virada Cultural pelo convite e obrigado por me deixar fazer esses dois últimos shows, nesses dois lugares. Muito obrigado, Brasilândia!”, disse a artista, emocionada, ao encerrar sua participação no sábado.
Outro destaque foi o cantor João Gomes, que se apresentou neste domingo no M’Boi Mirim, na Zona Sul, e encerra os shows no Anhangabaú, às 18h. “Estou muito feliz por fazer parte da Virada Cultural, com a galera toda presente. A gente rodar São Paulo e ver essa alegria, todos curtindo os shows, o que há de melhor, fico muito orgulhoso por fazer parte disso”, declarou.
O palco montado no Vale do Anhangabaú, no Centro da capital, recebeu grandes nomes da música logo nas primeiras horas da Virada. Após a apresentação da Orquestra Sinfônica Heliópolis, Simoninha e Luciana Mello deram a largada no sábado. Em seguida, o cantor Belo emocionou o público com seu show e aproveitou para exaltar o caráter popular do evento. “A Virada Cultural é uma festa do povo e quero parabenizar o prefeito Ricardo Nunes. Como paulistano, sou um cara que sempre viveu nas periferias. Acho que a Virada é extremamente essencial para levar arte e cultura, além de empregar tanta gente numa cidade tão potente como São Paulo.”
“Sou aqui de São Paulo e sou muito grato por todo o amor e carinho que recebo. Aqui é combustível para que eu sempre esteja na mídia, levando a minha música. A Virada Cultural é uma festa do povo e para o povo. Uma festa maravilhosa e agradeço por estar aqui nessa noite” disse Belo.
Luciana Mello ainda destacou a importância da gratuidade. “Eu adoro fazer a Virada Cultural. Fico muito feliz quando tem esses shows de graça para a população, pra quem quiser ver. São Paulo é esse polo cultural gigantesco, com todo tipo de apresentação pra todo mundo. Se eu pudesse, estaria todos os anos na Virada.”
“Foi uma honra estar aqui na Virada e tocar aqui em São Paulo, esse lugar tão lindo”, disse o cantor Silva ao encerrar as apresentações no Anhangabaú, na noite de sábado.
Na Zona Norte, o cantor e compositor Toni Garrido subiu ao palco Freguesia/Brasilândia às 19h30 do sábado, agitando o público com a canção “Pensamento”. “O nome aqui hoje é diversidade, alegria, troca, muita coisa para se ver. As pessoas saíram de casa a fim de deixar o dia melhor. Um marco, uma comemoração, de uma grande Virada”, resumiu.
No Ipiranga, Zona Sul, quem levou energia para o palco foi o rapper Xamã, que vibrou com a oportunidade de se apresentar em um novo território. “Acho incrível essa oportunidade de tocar em palcos novos. Às vezes, o ingresso é caro. É uma oportunidade e tanto de trazer o artista para dentro do seu bairro. Estou muito feliz de tocar e me apresentar para a galera”, afirmou.
Nas primeiras horas do domingo, o palco do Choro, no Centro, foi o cenário de uma comemoração especial: o flautista e saxofonista João Poleto celebrou seus 60 anos com um show ao nascer do sol. “Começamos com o sol nascendo, aquecendo os corações do público. Foi bem linda a apresentação. O choro é a música instrumental mais importante do Brasil, é a primeira música urbana do país. Ela é de 1840, é uma coisa impressionante. E é um tesouro nosso que é admirado no mundo inteiro e faz parte da nossa cultura popular”, declarou.
Já no palco do Anhangabaú, a cantora Liniker disse que esse será seu “show de estádio” e mandou uma mensagem especial para a plateia, que lotou o Vale desde as primeiras horas deste domingo para ver a apresentação. “Hoje é um dia histórico. Estou vivendo momentos que jamais pensei viver. São dez anos de carreira e saber que estamos todos aqui pela mesma música, a mesma música que me fez ter coragem para fazer o que eu faço há dez anos, é muito especial.”
Para o secretário municipal de Cultura, Totó Parente, esta edição ficará na história pela sua abrangência e diversidade: “Todos os palcos, no Centro e na periferia, lotados de pessoas, a cidade inteira com muitas atrações. É uma Virada diversa, que atende a periferia, o Centro e é a maior festa cultural do Hemisfério Sul. Uma festa multicultural, com cinema, música, literatura, levando a cultura para quem mais precisa.”